sábado, 8 de março de 2014

Emancipação Escolar


      crédito Vladgrin / Fotolia.com
      Dizem que a educação forma homens, mas a cada dia que passa mais me convenço que forma máquinas.
      Crianças nascem com seus futuros já planejados: estudarão nas melhores escolas, passarão em alguma faculdade gratuita, serão renomados médicos, engenheiros, advogados. Não há mais escolha própria nem autonomia sobre a própria vida, as escolas não se baseiam nossas aptidões e quando tentamos segui-las e não nos encaixamos no padrão de status da sociedade contemporânea somos boicotados por nossos próprios pais. Tantas pessoas conheço que desistiram do curso que sonhava para atender o egoismo desenfreado dos parentes e até mesmo para alimentar a própria ganancia que lhe ensinaram a ter.
        Os sonhos são quase sempre subjugados às necessidades do mundo atual, que por algum motivo pensamos também ser nossas. Não podemos simplesmente não querer estudar coisas que não usaremos, não trabalhar com coisas que odiamos e não querer perder cada minuto de nossas vidas com coisas que não amamos. E esse é o problema, não vivemos pelo amor, vivemos pelo egoísmo, pela cobiça, pela competição, pelo ódio. Não procuramos sentir prazer ao escutar uma música, ao conversar com alguém, muito menos ao ser altruístas. Fazemos tantas coisas, algumas ao mesmo tempo que outras, mas nada com intensidade, não mergulhamos em sonhos, em nossa mente, nem em nossas ações.
       A sociedade precisa buscar por uma educação menos conteudista e alienante, que nos faça perceber que nossas habilidades e anseios devem definir nosso destino e não o dinheiro e a nossa avareza. Até porque nosso sistema educacional não nos prepara para sermos bons profissionais e muito menos bons cidadãos. Eu, por exemplo, aprendi inúmeros conceitos de biologia que nunca mais usarei para conseguir minha aprovação. Esse método de ensino nos torna superficiais, ouvimos muito sobre tudo, mas não nos aprofundamos em nenhuma matéria, tornamos a obtenção de conhecimento uma coisa enfadonha em vez de fascinante e mais do que ensinar conceitos formar robôs que seguem ordens e viram páginas a escola deve ensinar a sermos intensos naquilo que fazemos . 
       Então por que não adotar um sistema de ensino que seleciona uma grade curricular básica e separam as aulas de aprofundamento para aqueles que realmente precisam delas, em vez de jogar conteúdos de nível extremamente alto goela abaixo de jovens que mal sabem resolver fração? Ninguém vê que a educação conteudista é a assassina da criatividade e do pensamento livre. Não percebemos que somos programados no modelo fordista, nossas mentes são colocadas numa coleira para que ela não fuja dos padrões sociais. 
       Entregamos provas iguais para pessoas com habilidades e facilidades diferentes e aquelas que não se identificam com o modelo avaliador é simplesmente tachada como "burra". 
"Para uma seleção justa todos realizarão o mesmo exame: por favor, escalem aquela árvore"

       Temos que acabar com essa hipocrisia meritocrática, onde todos possuem o mesmo poder de aprendizado que as outras. Aquela coisa do: "Se eu consigo, você também consegue". Cada pessoa possui suas limitações que devem ser respeitadas, alguns nascem com inclinações para artes, outros para ciências exatas. E cada um deve exercer suas aptidões conforme sua área de interesse e ainda assim possuir um papel na sociedade.
       A união pela busca  de uma educação mais justa é essencial, pois a educação igualitária de qualidade é um direito do povo e quando esta falta torna-se  nossa obrigação exigir uma reforma.



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